quarta-feira, 3 de abril de 2013

JESUS E RESPONSABILIDADE



Há, no homem, latente, um forte mecanis­mo que o leva a fugir da responsabilidade, transferindo o seu insucesso para outrem, na condi­ção de indivíduo social, ou para os fatores circunstanciais da sorte, do nascimento e até de Deus.
Quando tal não se dá, na área das suas pro­jeções comportamentais, apega-se ao complexo de culpa, mergulhando nas depressões em que oculta a infantilidade, pouco importando a idade orgânica em que transita.

A responsabilidade resulta da consciência que discerne e compreende a razão da existência humana, sua finalidade e suas metas, trabalhan­do por assumir o papel que lhe está destinado pela vida.
Graças a isso, não se omite, não se precipi­ta, estabelecendo um programa de ação tran­qüila, dentro do quadro de deveres que caracte­rizam o progresso individual e coletivo, visando à conquista da plenitude.

O homem responsável sabe o que fazer, quando e como realizá-lo.
Não se torna parasita social, nem se hos­peda no triunfo alheio, tampouco oculta-se no desculpismo ridículo.

A sua lucidez torna-o elemento precioso no grupo social onde se movimenta. Talvez não lhe notem a presença, face à segurança natural que proporciona; todavia, a sua falta sempre se faz percebida por motivos óbvios.

A responsabilidade do homem leva-o aos ex­tremos do sacrifício, da abnegação, da renúncia, inclusive do bem-estar, e até mesmo da sua vida.
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Como pastor de almas, Jesus fez-se-nos res­ponsável, elucidando-nos a respeito dos deveres, das necessidades reais, dos legítimos objetivos da nossa vida.
Em contrapartida, doou-se-nos até o holo­causto, não fosse a Sua vida ao nosso lado, em si mesma, um grande e estóico sacrifício de amor.
Não obstante, conclamava a todos que O buscavam para o dever da responsabilidade, que os capacita para as realizações relevantes.

Por conhecer a alma humana em sua reali­dade plena, identificava nela as nascentes de to­dos os males, como também a fonte generosa de todas as bênçãos.
Porque o homem ainda prefere a manuten­ção das próprias mazelas, nelas se comprazendo, anestesia-se no infortúnio em que permanece com certo agrado, embora demonstre descon­forto e infelicidade.

Desse modo, sempre que acolhia àqueles que O buscavam, conhecendo-lhes as causas dos pesares, após atendê-los, propunha-lhes com veemência que não retornassem aos erros, a fim de que lhes não acontecesse nada pior.
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A responsabilidade liberta o indivíduo de si mesmo, alçando-o aos planos superiores da vida.

Enquanto ele se movimenta cultivando o morbo das paixões selvagens, desajusta os implementos emocionais, tornando-se vítima de si mes­mo, facultando que se lhe instalem as doenças degenerativas e causticantes.

A renovação moral propicia a canalização das energias saudáveis de forma favorável, preservando o ser para os cometimentos elevados a que se destina.
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A humanidade sobrevive graças aos seus ho­mens responsáveis, que trabalham continuamente em prol do bom, do belo, do ideal.
Eles se destacam pela grandeza das suas reali­zações cimentadas no sacrifício pessoal.

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À mulher surpreendida em adultério, aos portadores do mal de Hansen e aos obsediados, após a recuperação de cada um, a advertência de Jesus era sempre firmada na responsabilidade, para que, em entesourando os valores éticos e os deveres espirituais, não se permitissem voltar aos erros.
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Neste momento, quando necessitas dEle, re­formula os teus conceitos sobre a vida e passa a atuar corretamente, dominado pela responsabilidade. A ninguém transfiras a causa dos teus desai­res, dos teus insucessos. Dá-te conta deles e reco­meça a ação transformadora.
Mesmo que não o queiras, serás sempre res­ponsável pelos efeitos dos teus atos.
Colherás conforme semeares.


Assume, portanto, o teu compromisso com o Mestre e permanecerás saudável interiormente, prosseguindo íntegro nos teus deveres com responsabilidade.

Joanna de Angêlis

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