domingo, 26 de maio de 2013

Espiritismo é coisa do demônio?




Sou espírita. Respeito todas as religiões que têm Deus como o Pai maior. Vejo os integrantes das demais religiões como diletos irmãos. Nem poderia ser diferente. Se somos filhos do mesmo Deus por que o fato de professarmos diferentes religiões impediria       vermo-nos como irmãos?
Aproveito desta oportunidade para trazer à tona alguns preconceitos - equivocados em relação ao espiritismo.

Não tenho o intuito de convertê-lo ao espiritismo.
Nós, espíritas, muito valorizamos o catolicismo. Podemos dizer que o catolicismo é a religião-mãe. Se não fossem a força, a coragem, a fé e a determinação dos primeiros católicos as palavras do nosso Mestre Jesus não teria chegado aos nossos dias. A humanidade muito deve ao catolicismo.

Também respeitamos e valorizamos o protestantismo. Quando o homem ficou mais preocupado com a religião externa, isto é, mais valorizava a forma do que o conteúdo, foi o protestantismo que chacoalhou uma situação de inércia e reavivou as palavras do Mestre.
Mas por que alguns - não todos - católicos e protestantes, nossos diletos irmãos, insistem em dizer que o “o espiritismo é coisa do demônio”?

Jesus disse “Pelos frutos conhecereis a árvore”. Os espíritas, como outros religiosos, têm como sua principal meta procurar seguir, com as limitações próprias da natureza humana, os preceitos de Jesus em sua máxima Por favor, não entenda que o objetivo deste artigo é a sua conversão.

Se é você um bom católico, continue a sê-lo.Se você professa uma das diversas religiões protestantes, continue na sua convicção. Mas se você é dos que dizem que “o espiritismo é coisa do demônio” procure – sem abandonar sua religião – pelo menos estudar alguns livros espíritas. A crítica gratuita, sem análise, sem profundo estudo, não deve fazer parte de nossos atos. Dê a si mesmo o direito de conhecer melhor o seu objeto de crítica. Estude.

“Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.
Que demônio é este que inspira aos espíritas o amor a Deus e ao próximo?

Os espíritas, como outros religiosos, acreditam na realidade maior da vida: “fora da caridade não há salvação”.

Que demônio é este que inspira aos espíritas fazer a caridade ao próximo?
Os espíritas têm por princípio a valorização e o respeito às demais religiões, todas consideradas como diferentes ferramentas idealizadas pelo mesmo Arquiteto.
Que demônio é este que inspira aos espíritas a fraternidade e a solidariedade entre integrantes de religiões muitas vezes sustentadas em dogmas ou em faces da verdade conflitantes entre si?
Que demônio é este que, onde há divergência de opiniões, procura unir em vez de semear a discórdia?

Os verdadeiros espíritas, aqueles que seguem os preceitos máximos da doutrina, tem como rotina em sua vida o esforço pela sua transformação moral. Isto é, conhece-se o verdadeiro espírita pelo seu contínuo esforço em transformar-se moralmente.

Que demônio é este que inspira aos espíritas constante preocupação com sua elevação moral?

Caro irmão-leitor, reflitamos:
Que demônio é este que fala em amor, caridade, solidariedade, fraternidade e em transformação moral?

Só não vê, como disse nosso Mestre Jesus, quem não tem olhos para ver.
É importante dizer que a denominação “espiritismo” assumiu conotações que não correspondem à real essência da doutrina codificada pelo educador Allan Kardec, e que se sustenta no evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo.

Muitas religiões que se autodenominam Espiritismo, não o são de fato.
O templo do espiritismo é o templo do estudo, do amor e da caridade.
Outras pessoas, como você, também não acreditavam ou tinham uma opinião deformada do espiritismo.

No espiritismo não há queima de vela, incenso, “trabalhos”, magias, imagens ou outros rituais.
Muitas pessoas, não espíritas, muitas pessoas mesmo, imaginam - sem antes pesquisar -
que o espiritismo manifesta-se por tudo que nele não existe, como os exemplos citados (queima de vela, incenso, “trabalhos”, magias, culto a imagens, rituais, etc.).

William Crookes, o extraordinário pai da Física contemporânea, o homem que descobriu o tálio, a matéria radiante, a quem se deve os pródomos da Física Nuclear da atualidade chegou a dizer textualmente:

“Eu era um materialista absoluto e, depois de investigar em profundidade científica os fenômenos mediúnicos, eu afirmo que eles já não são possíveis: eles são reais!”
César Lombroso, depois de examinar a mediunidade de Eusápia Paladino disse estas palavras:

“Quando me lembro do que eu e meus colegas zombávamos daqueles que acreditavam no Espiritismo, coro de vergonha, porque hoje eu também sou espírita! A evidência dos fatos dobrou a minha convicção negativa”. E ainda Cronwell Varley, o que lançou sobre o mundo as linhas da telegrafia e da telefonia internacional, os cabos transoceânicos, teve a coragem de dizer:

“Somente negam os fenômenos espíritas, aqueles que não se deram ao trabalho de os estudar. Eu não conheço um só exemplo de alguém que os haja estudado, que não se tenha rendido à sua evidência”.

Não precisa tornar-se espírita. Mas estude o espiritismo antes de criticá-lo.
E lembremo-nos que todos, independentemente de religiões, somos filhos do mesmo Deus e devemos irmanarmo-nos, unirmo-nos.

Ninguém é dono da Verdade Absoluta. Todas as religiões sérias são de Deus. Deus se manifesta de muitas formas e através de diversas religiões. Respeitemo-nos mutuamente, cheguemo-nos mais pertos um do outro, só assim seremos dignos de sermos chamados filhos de Deus.



Texto de: Alkíndar de Oliveira

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