Assistência material
Há centros que se deixam absorver pelo trabalho de
assistência material, com prejuízo da sua atividade espiritual.
Sem dúvida a caridade material é necessária e meritória mas
essencial e primordial para as criaturas é a assistência espiritual, em que a
casa espírita é especializada, constituindo o seu fim precípuo.
Mediunidade
Outros centros, em vez de entenderem a mediunidade como
atividade meio ou auxiliar que é, fazem dela atividade principal, empregando-a
indevidamente para:
- atender a desejos pessoais, materiais, imediatistas;
- produzir fenômenos a fim de tentar impressionar e atrair
freqüentadores;
- ensejar freqüentes consultas aos “guias” sobre os mais
comezinhos assuntos, deixando as pessoas dependentes desse aconselhamento, sem
que haja a certeza da qualidade a validade da orientação que está sendo
ministrada.
Em relação à desobsessão, métodos e técnicas impróprios têm
surgido, como por exemplo, o que propõe atendimento “voltado para as multidões”
ou o que diz empregar apenas o desdobramento de assistidos e médiuns, sem fazer
o diálogo esclarecedor com os espíritos obsessores, que seria necessário “para
induzi-los ao arrependimento e apressar-lhes o progresso”, como recomendam os
bons espíritos (O Livro dos Médiuns, Cap.XXIII, 254, 5ª).
Sobre o desenho ou pintura mediúnica, indispensável avaliar
se o trabalho tem real qualidade artística e não se pode prescindir da análise
da natureza do espírito que os produz, dos motivos que o levam a essa
atividade. Consideremos ainda se é aconselhável a exibição pública da
mediunidade e que as obras produzidas sejam vendidas no local, em leilão.
Curas e terapias alternativas
Muitas vezes, o centro espírita mal orientado se dedica
quase que inteiramente à tentativa das curas físicas pela ação mediúnica, sem
considerar que:
- as enfermidades não acontecem por acaso, refletem
condições espirituais, guardam relação com o estado evolutivo do ser, traduzem
carências, lesões, perturbações espirituais, com origem nesta ou em existências
anteriores e, portanto, nem todos os doentes poderão ser curados;
- a casa espírita existe não para tratar de corpos mas de
almas, porque o Espiritismo cura, sobretudo, os males morais.
Aliás, nesta questão de curas mediúnicas, é necessário
lembrar que todo tratamento espiritual de problema físicos precisaria de:
prévia avaliação médica (até mesmo com exames); e acompanhamento da evolução do
estado do enfermo, feito por profissionais com conhecimento técnico e
habilitação legal, para se chegar a uma conclusão confiável quanto aos
resultados realmente obtidos ou não.
No caso das chamadas “cirurgias espirituais” feitas com
instrumentos e cortes meterialmente, é indispensável analisar (como em todas as
manifestações mediúnicas) a natureza do espírito que está atuando (no caso como
médico cirurgião, utilizando o corpo do médium) e procurar avaliar de seus
propósitos, por que e para que ele está agindo assim.
Quanto às terapias alternativas (cromoterapia,
cristalterapia, fitoterapia, acupuntura, apiterapia, aromaterapia, florais de
Bach e outros, do-in, jo-rei etc.), podem ter alguns pontos concordantes com o
conhecimento espírita, mas, se têm ou não algum valor com o práticas médicas,
caberá à ciência definir; não são, porém, atividade própria do centro espírita,
porque, além de curar corpos não ser o objetivo primordial do Espiritismo,
essas terapias requerem profissionais habilitados e locais apropriados e, no
centro espírita, estariam desviando finalidades, ocupando tempo, local e
trabalhadores, em prejuízo do verdadeiro labor espírita.
Therezinha Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário