Quanto puderes, posterga a prática do mal até o momento que
possas vencer essa força doentia que te empurra para o abismo.
Provocado pela perversidade, que campeia a solta, age em
silêncio, mediante a oração que te resguarda na tranquilidade.
Espicaçado pelos desejos inferiores, que grassam,
estimulados pela onda crescente do erotismo e da vulgaridade, gasta as tuas
energias excedentes na atividade fraternal.
Empurrado para o campeonato da competição, na área da
violência, estuga o passo e reflexiona, assumindo a postura da resistência
passiva.
Desconsiderado nos anseios nobres do teu sentimento, cultiva
a paciência e aguarda a bênção do tempo que tudo vence.
Acoimado pela injustiça ou sitiado pela calúnia, prossegue
no compromisso abraçado, sem desânimo, confiando no valor do bem.
Aturdido pela compulsão do desforço cruel, considera o teu
agressor como infeliz amigo que se compraz na perturbação.
Desestimulando no lar, e sensibilizado por outros afetos,
renova a paisagem familiar e tenta salvar a construção moral doméstica abalada.
É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer-se por um
momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores.
Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas,
caracterizam-se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, a
requeimarem por dentro, passados os primeiros momentos.
Ninguém foge aos desafios da vida, que são técnicas de
avaliação moral para os candidatos à felicidade.
O homem revela sabedoria e prudência, no momento do exame,
quando está convidado à demonstração das conquistas realizadas.
Parentes difíceis, amigos ingratos, companheiros
inescrupulosos, co-idealistas insensíveis, conhecidos descuidados, não são
acontecimentos fortuitos, no teu episódio reencarnacionista.
Cada um se movimenta, no mundo, no campo onde as
possibilidades melhores estão colocadas para o seu crescimento. Nem sempre se
recebe o que se merece. Antes, são propiciados os recursos para mais amplas e
graves conquistas, que darão resultados mais valiosos.
Assim, aprende a controlar as tuas más inclinações e adia o
teu momento infeliz.
Lograrás vencer a violência interior que te propele para o
mal, se perseverares na luta.
Sempre que surja oportunidade, faze o bem, por mais
insignificante que te pareça. Gera o momento de ser útil e aproveita-o.
Não aguardes pelas realizações retumbantes, nem te detenhas
esperando as horas de glorificação.
Para quem está honestamente interessado na reforma íntima,
cada instante lhe faculta conquistas que investe no futuro, lapidando-se e
melhorando-se sem cansaço.
Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício.
Toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.
Trabalha-te interiormente, vencendo limite e obstáculo, não
considerando os terrenos vencidos, porém, fitando as paisagens ainda a
percorrer.
A tua reforma íntima te concederá a paz por que anelas e a
felicidade que desejas.
Psicografia de Divaldo P. Franco – Vigilância
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