Com respeito à luz do Evangelho que nos compete estender, a favor de
nós mesmos, contou velho sábio antiga lenda que buscaremos sintetizar.
A certo país vergastado de fome, concedeu o Divino Pomicultor valiosas
sementes de amor e redenção, cujo trato esmerado traria a toda gente benefícios
essenciais.
As sementes, no entanto, robustas e enceleiradas, revelavam-se tão
belas que provocaram aluviões de anseios e idéias, palavras e teorias naqueles corações em
necessidade. Em êxtase, a multidão consagrou-lhes tempo e cuidado no que se referia
à pura contemplação.
Botânicos eminentes vieram de muito longe lhes examinar a contextura,
escrevendo enormes tratados quanto às virtudes de que se faziam portadora.
Geneticistas de prol auscultaram-lhes os princípios, destacando-lhes a nobreza. Pintores
exímios fixaram-lhes a
imagem preciosa, escultores imitaram-lhe a forma divina, poetas
cantaram-lhe a beleza, oradores dedicaram-lhes primorosos discursos e longas turbas de crentes agradecidos ajoelharam-se ante o excelso legado, em adoração mística e perene...
Enquanto isso passou o tempo multiplicando os casos de inanição e
morte...
Vendo que a nação operosa e fiel desfalecia à míngua de socorro e
alimento, mandou o Eterno Amigo que viessem ao campo lavradores humildes que as plantassem
ao preço de fadiga e suor, para que o pão e a fé restaurassem a vida.
No apólogo singelo notamos a aflição da palavra excessiva, sem exemplo
que ajude. Saibamos, pois, na Terra cultivar o Evangelho em nossos próprios atos,
porque somente assim, à custa de trabalho e esforço constante, faremos rebrilhar a
palavra do Cristo, valorizando o verbo perante o mundo enfermo que roga paz e luz.
Emmanuel (do Livro Caminhos Espíritas de Francisco Cândido Xavier)
Muito bom o blog!
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