Inspiração dos pioneiros do bem Sempre o madeiro da
obrigação te pese nos ombros feridos, pensa nos que sofreram antes para que
desfrutes os bens de agora.
Descerra os olhos da alma e fita de novo os que te armaram
de força e entendimento para o caminho!...
A infância e os benfeitores das horas primeiras!...
Medita no tempo em que saíste do aconchego doméstico para as
lides maiores da encarnação na Terra, como quem parte de um cais florido para a
travessia de mar revolto.
Os que viste passar descuidados, nas embarcações do egoísmo,
encerrados no reconforto próprio, não te ficaram no painel da lembrança, senão
como sombras vagas que o tempo esbateu...
Entretanto, por muito se te haja mudado a mente, nada está
como que insculpida a fogo os que suaram e choraram para que sejas hoje o que
és!...
Não te entregues à doentia ansiedade dos que desejam parar a
máquina do tempo, rebelados contra a renovação necessária ao aprimoramento da
vida, mas, de quando em quando, concede um momento às boas recordações...
Delas se levantam os alicerces morais em que te equilibras.
Reencontrarás com elas, quais flamas inspiradoras, os gestos
anônimos dos que te ajudaram em silêncio; o devotamento dos que acreditaram em
tuas promessas e esperanças, estendendo-te mãos socorredoras; a confiança dos
que não te desdenharam a meninice, conversando contigo acerca da Verdade; e,
sobretudo, a abnegação dos que te corrigiram amando, no recinto inesquecível do
lar, quantas vezes sufocando as mais belas aspirações da alma, para que não te
faltasse o calor de bom exemplo!...
Reflete nos que te ficaram na memória, à feição de luminosos
sinais de rumo para a jornada!...
Eles nos ensinam que não existe realização sem trabalho e
fidelidade sem sacrifício...
Eles te conferirão resistência à frente do desânimo,
falar-te-ão de novo ao coração sobre a luz que te confiaram para que o porvir
não afunde nas trevas...
Pensa naqueles que perseveraram no bem para que o mal não te
dominasse o caminho, e, abraçando o trabalho que te cabe na edificação da
Humanidade Melhor, compreenderás que o mundo não deve coisa alguma aos que
passaram por ele cogitando unicamente de si.
Livro Encontro Marcado – Emmanuel - Francisco
Cândido Xavier
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