"Outrora ele te foi inútil mas doravante será muito útil a ti, como se tornou para mim." (Filemon 11)

O fracasso ajuda a gerar o êxito. Aceitemos nossas perdas e
jamais desanimemos ante o serviço do bem.
É imperioso valorizarmos tanto a escassez como a abundância tanto o erro como o acerto, pois sempre é possível aprender alguma
coisa em qualquer situação.
Quando doamos nossa boa vontade e nossa melhor intenção e
fracassamos, imediatamente devemos nos perguntar: o que a Divina Providência
está me ensinando? O verdadeiro insucesso reside em não tirarmos o devido
proveito dos fatos para nosso desenvolvimento espiritual.
Êxito e derrota são duas bandejas que retêm matérias-primas
diferentes, mas que nos conduzem ao mesmo legado sublime - o aprendizado. A
humanidade precipitada, entretanto, identifica na primeira o manjar mavioso da
vitória e na segunda experimenta o alimento insalubre da derrota. Erros têm
muito a nos ensinar. Eles nos propiciam ocasiões marcantes para o crescimento
interior.
Todos aqueles que se encontram ajustados ao entendimento das
leis divinas passarão a dar igual importância aos acertos e desacertos e
usá-los em prol dos empreendimentos idealizados. O sábio aprendeu que o êxito
do hoje muitas vezes foi a ruína do ontem, e onde vacilamos agora, amanhã
deslancharemos.
Em nossos compromissos com a administração do grupo
espírita, não devemos sublinhar os fracassos dos outros e os nossos, mas
avaliá-los como proveitosas experiências adquiridas. Certos projetos poderão
não ter alcançado o resultado que gostaríamos que tivessem, contudo o revés
indubitavelmente nos colocará um pouco mais perto do sucesso.
Se criticarmos impiedosamente os colaboradores responsáveis
por um fracasso em alguma empreitada de assistência ou de organização interna,
esperemos duas prováveis conseqüências: a intensificação do sentimento de
vergonha, frustração e embaraço; ou a hesitação, inibição e resistência em
tentar algo novo, ou a continuidade da mesma tarefa.
Ante as crises e desajustes da equipe, encorajemos os
companheiros do labor espírita, exaltemos os aspectos positivos do esforço mal
sucedido e incentivemos todos a avançar sem esmorecimento. Adicionemos mais
trabalho às nossas já existentes incumbências, e Deus nos abrirá nova caminhada
de acesso ao refazimento.
Como dirigentes, podemos vir a ser classificados mais como
críticos do que orientadores, mais como condenadores do que socorristas. Podemos
vir a adotar uma postura que afastará as pessoas, evitando que nos procurem
para relatar seus desenganos e pedir-nos aconselhamento. Na tentativa de se
protegerem contra nossas críticas, se fecharão completamente.
Devemos dar todo o apoio e crédito aos que tentaram e não
alcançaram êxito, pois a grande maioria nem ao menos lança as mãos no
empreendimento, e tem medo só de tentar.
Diante de quaisquer desafios ou reveses esbocemos um sorriso
esperançoso e promissor, e sigamos avante contando com as bênçãos do mais Alto.
Entendemos que o orientador não pode conduzir-se como um
cego perante as coisas negativas, desviando constantemente os olhos dos
fracassos e das atitudes errôneas.
Quando tiver que lidar com o insucesso ou
opinar sobre ele, deverá enfatizar ao grupo o lado positivo, ou seja, o
ensinamento que se esconde por trás daquela ocorrência infeliz.
Portanto, a mensagem é: na presença de tempestades e
aflições, de ventanias e fracassos, trabalhemos servindo sempre, porque em todo
tempo ou em qualquer situação a atitude certa é a positividade.
A destreza de extrair o bem do aparente mal vai gerar uma
excelsa substância, à feição de tesouro valioso, que energizará os
trabalhadores do Evangelho, conduzindo-os ao dever bem cumprido e às
excelências da edificação do reino dos céus na Terra.
Livro: Conviver e Melhorar – 27 - Batuíra & Francisco do Espírito Santo Neto
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