Foi na cidade de Cafarnaum que
Jesus se deparou com um dos maiores exemplos de fé. “Em verdade vos
afirmo que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”. Jesus (Mateus –
Cap. VIII; 10).
Soldado
graduado comandava cem homens, como sugere a graduação militar “centurião”.
Disse ele a Jesus: Eu também sou homem que exerço autoridade, digo a um
vai e ele vai. Diga uma palavra e meu criado será salvo da paralisia.
Demonstrando fé que causou admiração até em Jesus. Então Jesus disse ao
afortunado da fé sincera: “Vai até sua casa, e por ser humilde o seu
servo será curado”.
O texto
nos sugere inúmeras reflexões além da fé. A humildade, a sinceridade, a pureza,
a racionalidade e muitos outros atributos fortalecem essa fé. A fé
deve ser ativa, para ser proveitosa, ela deve vir acompanhada de
esperança, amor, sinceridade, ser contagiosa e empolgante. Podemos identificar
a fé como a base da transformação, da mudança necessária no ciclo
evolutivo do espírito. Que essa base seja forte e durável. “Não há fé
inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as
épocas da humanidade”. (Allan Kardec – O Evangelho Segundo O Espiritismo.) A
verdade liberta, a luz ilumina o caminho. As virtudes, dons celestiais enchem a
criatura de paz e bem-estar, essa venturosa claridade do céu que chamamos de fé
e que basta ser do tamanho de um grão de mostarda para mover uma montanha de
dificuldade, sofrimento e desilusões.
O Novo
Testamento, através dos Evangelistas nos trazem inúmeros exemplos de cura,
todas elas acompanhadas da fé, mas nenhuma como o exemplo do Centurião que traz
humildade, racionalidade e esperança.
Jesus
curou muitos enfermos, e pela cura recomendou que não bastava a regeneração do
veículo físico, é necessário o corretivo espiritual. Somos enfermos em inúmeros
órgãos, porém devemos nos empenhar para a cura dessas moléstias do corpo,
conquistando virtudes. Não basta chorar no leito do sofrimento, a renovação dos
fundamentos da vida é de reconhecida importância para que não prolonguemos os
próprios desatinos remanescentes de outras experiências vividas. Todos nós
pretendemos o reajustamento das nossas forças vitais, mas precisamos reconhecer
a importância que nos foi oferecido esses elementos em desajuste. O choro
aflitivo e a entrega a lamentações não contribuirão para a cura do espírito,
deve-se reconhecer, que uma nova oportunidade no caminho evolutivo foi
concedida.
Jesus
destacava entre todos os seus discípulos a importância da prática dos
conhecimentos, e que a fé acompanhada somente de palavras e entusiasmo era
insuficiente. Examinemos o nosso conteúdo diário de afazeres e vejamos se eles
estão recheados de boa vontade perante as lições de Jesus. Façamos mais que
cuidar dos problemas do dia a dia ou da ocasião. Sem nos preocuparmos com o
processo edificante baseado nos ensinamentos do Mestre não lograremos êxito.
No
exemplo do Centurião observamos a sua humildade, que fica evidente quando ele
intercede por um seu criado e reconhece a superioridade de Jesus. Eu sou
autoridade aqui na Terra, diz o centurião, mas Você é autoridade celestial, por
isso manda e eles te obedecerão. A humildade nos deixa sensitivos para receber
o auxílio divino e reconhecer nas leis divinas a necessidade dos exercícios
práticos dos conhecimentos e o início da libertação do embrutecimento e
endurecimento do nosso espírito.
Emmanuel,
no livro Pão Nosso, comenta uma passagem de Jesus descrita por Lucas, em que o
Mestre em todas as vezes que procedia ao beneficio da cura, sempre se reportava
ao prodígio da fé.
Diz
Emmanuel assim: “Diversas vezes, ouvímo-lo na expressiva afirmação: “A tua fé
te salvou”. Doentes do corpo e da alma, depois do alivio ou da cura, escutam a
frase generosa. É que a vontade e a confiança do homem são poderosos fatores no
desenvolvimento e iluminação da vida… O navegante sem rumo e que em nada
confia, somente poderá atingir algum porto em virtude do jogo das forças sobre
as quais se equilibra… O homem que se mostra desalentado em todas as coisas,
não deverá aguardar a cooperação útil de coisa alguma… Nos empreendimentos e
necessidades de teu caminho, não te isoles nas posições negativas. Jesus pode
tudo, teus amigos verdadeiros farão o possível por ti; contudo, nem o Mestre
nem os companheiros realizarão em sentido integral a felicidade que ambicionas,
sem o concurso de tua fé.”
por
Luiz Carlos Affonso
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