segunda-feira, 11 de março de 2013

Centurião, Fé e Humildade



Foi na cidade de Cafarnaum que Jesus se deparou com um dos maiores exemplos de fé. “Em verdade vos  afirmo que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”. Jesus (Mateus – Cap. VIII; 10).





Soldado graduado comandava cem homens, como sugere a graduação militar “centurião”. Disse ele a Jesus:  Eu também sou homem que exerço autoridade, digo a um vai e ele vai. Diga uma palavra e meu criado será  salvo da paralisia. Demonstrando fé que causou admiração até em Jesus. Então Jesus disse ao afortunado da  fé sincera: “Vai até sua casa, e por ser humilde o seu servo será curado”.

O texto nos sugere inúmeras reflexões além da fé. A humildade, a sinceridade, a pureza, a racionalidade e    muitos outros atributos fortalecem essa fé. A fé deve ser ativa, para ser proveitosa, ela deve vir  acompanhada de esperança, amor, sinceridade, ser contagiosa e empolgante. Podemos identificar a fé como  a base da transformação, da mudança necessária no ciclo evolutivo do espírito. Que essa base seja forte e  durável. “Não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade”. (Allan Kardec – O Evangelho Segundo O Espiritismo.) A verdade liberta, a luz ilumina o caminho. As virtudes, dons celestiais enchem a criatura de paz e bem-estar, essa venturosa claridade do céu que chamamos de fé e que basta ser do tamanho de um grão de mostarda para mover uma montanha de dificuldade, sofrimento e desilusões.
O Novo Testamento, através dos Evangelistas nos trazem inúmeros exemplos de cura, todas elas acompanhadas da fé, mas nenhuma como o exemplo do Centurião que traz humildade, racionalidade e esperança.

Jesus curou muitos enfermos, e pela cura recomendou que não bastava a regeneração do veículo físico, é necessário o corretivo espiritual. Somos enfermos em inúmeros órgãos, porém devemos nos empenhar para a cura dessas moléstias do corpo, conquistando virtudes. Não basta chorar no leito do sofrimento, a renovação dos fundamentos da vida é de reconhecida importância para que não prolonguemos os próprios desatinos remanescentes de outras experiências vividas. Todos nós pretendemos o reajustamento das nossas forças vitais, mas precisamos reconhecer a importância que nos foi oferecido esses elementos em desajuste. O choro aflitivo e a entrega a lamentações não contribuirão para a cura do espírito, deve-se reconhecer, que uma nova oportunidade no caminho evolutivo foi concedida.

Jesus destacava entre todos os seus discípulos a importância da prática dos conhecimentos, e que a fé acompanhada somente de palavras e entusiasmo era insuficiente. Examinemos o nosso conteúdo diário de afazeres e vejamos se eles estão recheados de boa vontade perante as lições de Jesus. Façamos mais que cuidar dos problemas do dia a dia ou da ocasião. Sem nos preocuparmos com o processo edificante baseado nos ensinamentos do Mestre não lograremos êxito.
No exemplo do Centurião observamos a sua humildade, que fica evidente quando ele intercede por um seu criado e reconhece a superioridade de Jesus. Eu sou autoridade aqui na Terra, diz o centurião, mas Você é autoridade celestial, por isso manda e eles te obedecerão. A humildade nos deixa sensitivos para receber o auxílio divino e reconhecer nas leis divinas a necessidade dos exercícios práticos dos conhecimentos e o início da libertação do embrutecimento e endurecimento do nosso espírito.
Emmanuel, no livro Pão Nosso, comenta uma passagem de Jesus descrita por Lucas, em que o Mestre em todas as vezes que procedia ao beneficio da cura, sempre se reportava ao prodígio da fé.

Diz Emmanuel assim: “Diversas vezes, ouvímo-lo na expressiva afirmação: “A tua fé te salvou”. Doentes do corpo e da alma, depois do alivio ou da cura, escutam a frase generosa. É que a vontade e a confiança do homem são poderosos fatores no desenvolvimento e iluminação da vida… O navegante sem rumo e que em nada confia, somente poderá atingir algum porto em virtude do jogo das forças sobre as quais se equilibra… O homem que se mostra desalentado em todas as coisas, não deverá aguardar a cooperação útil de coisa alguma… Nos empreendimentos e necessidades de teu caminho, não te isoles nas posições negativas. Jesus pode tudo, teus amigos verdadeiros farão o possível por ti; contudo, nem o Mestre nem os companheiros realizarão em sentido integral a felicidade que ambicionas, sem o concurso de tua fé.”

por Luiz Carlos Affonso

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