Qual
foi a primeira manifestação mediúnica? Com quem? Em que situação?

Por que
Moisés proibiu as manifestações mediúnicas?
Para
corrigir os abusos e desvios na prática mediúnica, pois a estavam empregando
para fins egoístas, mesquinhos, materialistas, em vez de utilizá-la com
seriedade, honestidade e visando os fins superiores para os quais Deus a
destinou: comprovação da imortalidade, fraternidade e consolação esclarecimento
e progresso da humanidade (encarnada ou não).
Entretanto,
Moisés continuou empregando sua mediunidade para “falar com Deus”, ou seja,
para fazer o intercâmbio com os espíritos que o vinham instruir em nome do
Altíssimo, a fim de bem liderar o povo israelita. E até desejava que todo o
povo fosse profeta (porta-voz, médium), e “o Senhor lhes desse o seu espírito”,
como vemos em Números 11:26/29.
Quais
as personagens bíblicas que se posicionam a respeito do fenômeno?
Não
obstante a tão propalada proibição de Moisés, com freqüência lemos na Bíblia
relatos em que autoridades ou pessoas comuns falam ou agem sob a influência de
espíritos, e, também de outros tipos de comunicações, como os sonhos e visões .
Esses fenômenos, espontâneos e legítimos, tinham a natural aceitação de todos.
Jesus
manifesta-se a respeito?
Sim,
exemplificando o diálogo com os espíritos, instruindo os seus discípulos sobre
o uso de suas faculdades mediúnicas e estimulando-os ao exercício delas: “Curai
os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos” (= tragam de volta os
desencarnados, deixem que eles se manifestem). E recomendou o exercício
gratuito dessa faculdade: “De graça recebestes, de graça dai”. Note-se que, em
todo o Novo Testamento não se encontra mais, nem uma vez sequer, que esteja
proibido o intercâmbio com o Além.
O texto
de Samuel,no Antigo Testamento, relata uma sessão mediúnica?
Sem
dúvida. Embora usando as expressões da época (“faze-me subir a Samuel”, pede
Saul), temos nessa passagem a descrição perfeita do fenômeno, com estes
pormenores:
- vendo
o espírito de Samuel, a médium é informada de que o consultante é o rei Saul, o
que a apavora, pois o exercício mediúnico estava proibido para o povo e era
punido com a morte, mas Saul a tranqüiliza de que nenhum mal lhe acontecerá;
- há o
diálogo entre o espírito de Samuel e o rei Saul, recebendo este a notícia do
que tanto temia: por ter se desviado das leis divinas, ele e seus filhos
desencarnariam na batalha do dia seguinte.
O livro
de Tobias (que não aparece nas edições populares da Bíblia) relata realmente o
caso de materialização do anjo Rafael? Como isso pode ser explicado?
Se esse
relato é verdadeiro ou não, foge à nossa competência, talvez esteja um tanto
deturpado, entretanto, é verdade que os espíritos podem se materializar. Kardec
examinou esse tipo de fenômeno e o denominou de “aparição tangível”, o que
corresponde melhor ao que nele ocorre.
O
espírito materializado é um “agênese (não foi gerado fisicamente, como nós, os
encarnados); mas não é usual que se mantenha por tanto tempo materializado,
como sugere o livro de Tobias.
Há
ainda, nesse livro, vários outros fenômenos de caráter miraculoso, fugindo ao
que conhecemos dos fenômenos produzidos pelos bons espíritos, fenômenos que,
conquanto admiráveis,sempre se realizam dentro de certas leis e limites e mais
com finalidades de edificação geral.
Quais
os personagens bíblicos que desenvolveram, de alguma forma, a mediunidade?
No
Velho Testamento, vemos os profetas Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel e
outros, como porta-vozes da espiritualidade, com a missão de transmitir aos
israelitas mensagens de conselhos, advertências (e, às vezes, anúncios de
acontecimentos), para que o povo não se desviasse da boa conduta, da adoração
ao Deus único e do cumprimento dos seus desígnios. Igualmente médiuns, foram
Saul e Davi, reis de Israel, e exerceram sua mediunidade; muitas pessoas comuns
também revelavam essa faculdade.
Nos
tempos do Evangelho, a prática mediúnica era tão usual entre os seguidores de
Jesus que João Evangelista aconselha em sua carta “Amados, não acrediteis em
todos os espíritos, mas experimentai se os espíritos são de Deus”; e Paulo,
para orientar essa prática, escreve um “mini-livro dos médiuns”, que é a I
Epístola aos Coríntios, caps. 12 a 14, na qual aborda os “carismas” (dons espirituais)
e o comportamento dos profetas (médiuns) na reunião.
Therezinha
Oliveira
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