Casos de lembranças súbitas, relatadas por grandes psicólogos
– Outra forma de prova da reencarnação.
Visões mentais e sensações
persistentes de uma existência anterior: eis um problema que pode ser reduzido
a termos pura-mente psicológicos. Mas, quando essas visões e essas sensações
não encontram explicação nem solução nos quadros da Psicologia, e quando as
revelações mediúnicas as confirmam, o problema se desloca para outro campo de
estudos. Só o Espiritismo dispõe de elementos para solucioná-lo. Porque é esta
uma das modalidades das provas espirituais da reencarnação. A prova se dá pela
concordância do que o indivíduo sente, com aquilo que médiuns diversos,
espontaneamente, em situações diversas, e sem se conhecerem entre si, lhe
revelam, a respeito de sua existência anterior.
Gustave Geley refere a sensação
persistente e poderosa que possuía, acompanhada de visão mental, do momento de
sua encarnação na França. O poeta americano Paul Hamilton Hayne escreveu:
“Vagando entre a multidão, vi um rosto que conheço, embora julgue nunca haver
estado perante este mar humano. Perdido em meio do povo buliçoso e alegre, uma
terna canção me estremece, com sua vibração sonora, que talvez escutei em
outras estrelas.” Gerardo de Nerval, poeta francês, cantava sua lembrança do
tempo de Luiz XIII, ouvindo uma canção que “rejuvenesce minha alma em duzentos
anos”, segundo escreveu. São muitos os casos de lembranças desta natureza, mas
poucos os que foram confirmados mediunicamente, pela maneira estabelecida
acima.
Léon Denis nos oferece, no seu
livro “O Além”, o seu próprio caso, afirmando que conseguira provas de suas
vidas anteriores, das quais tinha vagas lembranças: “Consistem essas provas nas
revelações que me foram feitas, – escreve ele, – em lugares diferentes, por
médiuns que não se conheciam entre si. Essas revelações são concordes e
idênticas.” Como se vê, trata-se de um caso típico da modalidade de provas
espirituais, que incluímos no nosso esquema. Encontrando-se com médiuns
diversos, em lugares diversos, Denis obteve a confirmação espontânea,
inesperada, das suas lembranças e sensações de vidas anteriores.
Mas há também uma curiosa forma de
recordação, que surge de súbito e se confirma pela reintegração do indivíduo na
sua identidade anterior. É o caso, por exemplo, do pastor protestante Ansel
Bourne, relatado por William James em seu livro “Psychology”. O pastor saiu de casa um dia para ir
ao Banco e não mais voltou. Foram inúteis as pesquisas para localizá-lo. Mas
certo dia, em Norristown, na Pensilvânia, um tal senhor Brown, dono de uma
confeitaria recentemente instalada, acordou assustado com a sua situação. Era o
pastor Bourne que voltava à sua identidade atual, depois de uma breve incursão
pela sua vida anterior, com seu antigo nome e sua antiga profissão.
Sidis et Goodhart, em “Multiple Personality”, citam
o caso de um funileiro de Filadélfia que também desapareceu subitamente. Um
dia, em Chicago, o funileiro acordou aturdido, reintegrado em sua personalidade
atual. Nesses casos, as lembranças se impõem de maneira arrasadora,
constituindo uma modalidade espontânea de regressão da memória. Colhemo-nos dos
estudos de famosos psicólogos, como se vê pelas obras citadas. A reencarnação
se confirma através deles, no mundo inteiro.
Prof. Herculano Pires
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