Por mais nos queixemos de familiares ou amigos deficientes
que nos causam prejuízo ou decepção, amargura ou desalento, somos forçados a
perceber que possuímos neles os reflexos de nós próprios.
Quando afastados da experiência física, por força de
desencarnação, encontramos, além do mundo, os resultados de nossos erros,
permeando-nos os acertos.
Raramente qualquer de nós encerra o balanço de uma
existência terrestre com todos os compromissos equacionados.
Desse modo, somos recorporificados no berço humano para
retomar o curso dos problemas que desencadeamos no caminho dos outros, a fim de
resolvê-los.
Aceita os parentes enigmas e os companheiros-testes, à
feição dos credores com que a Justiça Divina te promove o aperfeiçoamento e a
tranqüilidade.
A perda do corpo físico não exonera o espírito imortal das
obrigações que haja contraído, tanto quanto o desgaste da veste não apaga a
dívida de um homem, dívida que ele assume em plenitude de responsabilidade
individual.
A esposa ou a filha desajustadas, via de regra, são as irmãs
que, um dia, atiraste ao desrespeito de si próprias e o marido ou o filho que
te retalham a alma, a rigor, são aqueles mesmos companheiros que lançaste ao
malogro das esperanças mais caras.
A penúria de hoje é a conseqüência da cobiça de ontem.
A doença de agora vem do excesso de antes.
Renteando com qualquer pessoa que te faça sofrer, exerce
paciência e compreensão, auxílio e bondade.
Nós mesmos somos induzidos pela própria consciência,
sequiosa de felicidade e elevação, a extirpar os espinhos que semeamos no solo
bendito do tempo e da vida.
Todo débito tem sistema de resgate e todo resgate solicita
execução na forma prevista de pagamento.
Isso é justo.
Autor Emmanuel / Médium Francisco Cândido Xavier
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