Sorris, e tens a impressão de que é um esgar que te sulca a
face.
Anelas por afetos e constatas que a ninguém inspiras amor,
atormentando- te, não poucas vezes, e resvalando na melancolia injustificável.
Planejas a felicidade e lutas por consegui-la, todavia,
descobre-te a sós, carpindo rude angústia interior.
Gostarias de um lar em festa, abençoado por filhos ditosos e
um amor dedicado que te coroassem a existência com os louros da felicidade.
Sofres e consideras-te desditoso.
Ignoras, no entanto, o que se passa com os outros, aqueles
que se te apresentam felizes, que desfilam nos carros do aparente triunfo,
sorridentes e engalanados.
Também eles experimentam necessidades urgentes, em outras
áreas, não menos afligentes que as tuas.
Se os pudesses auscultar, perceberias como te invejam alguns
daqueles cuja felicidade cobiças...
A vida, na Terra, é feita de muitos paradoxos. E isto se dá
em razão de ser um planeta de provações, de experiências reeducativas, de
expiações redentoras.
Assim, não desfaleças, porquanto este é o teu carma de
solidão.
Faze, desse modo, uma pausa, nas tuas considerações
pessimistas e muda de atitude mental, reintegrando- te na ação do bem.
O que ora de falta, malbarataste.
Perdeste, porque descuraste enquanto possuías o de que agora
tens necessidade.
A invigilância levou-te ao abuso, e delinqüiste contra o
amor.
A tua consciência espiritual sabe que necessitas de expungir
e de reparar, o que te leva, nas vezes em que o júbilo te visita, a retornar à
tristeza, rememorar sofrimentos, fugindo para a tua solidão...
Além disso, é muito provável que, aqueles a quem magoaste,
não se havendo recuperado, busquem-te, psiquicamente, assim te afligindo.
Ama, sem aguardar resposta.
Serve, sem pensar em recompensa.
O que ora faças no Bem, atenuará, liberará o que realizaste
equivocadamente e, assim, reencontrar- te-ás com o amor, em nome d´Aquele que
permanece até agora entre nós como sendo o Amor não amado, porém, amoroso de
sempre.
Joanna de Angelis,
Divaldo Franco, Viver é Amar. Editora LEAL
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